História

Inicio das Reformas da Santa Casa – Década de 1960.

A Santa Casa de Resende foi inaugurada no começo do século XIX com o mesmo propósito das Irmandades ao redor do mundo: cuidar as pessoas doentes que não podiam pagar por um tratamento médico. Essa história começou em 1829 quando o vereador padre Francisco do Carmo Fróes propôs que fosse criada uma comissão formada por outros parlamentares e por representantes da sociedade civil para construção de um hospital de caridade em Resende. 

Primeiro provedor e antigo prédio da Santa Casa.

O projeto funcionaria através de doações da comunidade. Efetivamente, a comissão foi criada em 25 de janeiro de 1830, graças aos esforços dos também vereadores padre José Marques da Motta e padre Joaquim Pereira Escobar. Motta foi um dos principais fundadores e o primeiro provedor da Santa Casa. Ele era natural de São João del Rei, Minas Gerais, e também foi proprietário e redator do primeiro jornal resendense e do Vale do Paraíba, O Gênio Brasileiro. Os outros membros da comissão eram os vereadores Bento de Azevedo Maia, Domingos Gomes Jardim, Galdino de Amorim Boanova, José Rodrigues Neves e Antônio da Rocha Miranda. 

Fachadas antigas da Santa Casa de Misericórdia.

Finalmente, o atual prédio da Santa Casa de Misericórdia de Resende foi inaugurado no dia 25 de julho de 1835, na antiga rua do Lavapés (atual Praça Clemente Ferreira, 39), no bairro mais antigo da cidade e de mesmo nome. O casarão, projetado pelo engenheiro Luiz Hosxe, o mesmo que idealizou a Beneficência Portuguesa, na capital fluminense, era uma arquitetura moderna para a época e foi considerado o maior de Resende até 1944. 

As principais doações feitas à Santa Casa constam no livro da Provedoria. Nele estão registradas assinaturas de membros da Família Real, como a Princesa Isabel e o Conde d´Eu; importantes figuras do Império, como o Barão do Bananal, o Visconde do Salto e o Barão do Amparo; patentes da Guarda Nacional, médicos, empresários e padres, dentre outros. 

Salão nobre e fachada na década de 70.

Os provedores que seguiram ao padre José Marques da Motta foram o médico Antônio de Paula Ramos, o fazendeiro Antônio da Rocha Miranda e Silva, o também médico Bernardo Augusto de Azambuja e o coronel da Guarda Nacional, Fabiano Pereira Barreto, o primeiro resendense dessa lista. No entanto, o recordista em permanência à frente da Santa Casa no começo do século passado foi o Conego Bulcão, que comandou o hospital de 1895 a 1908, exatos 13 anos. Nomes importantes da história resendense, como Luiz Pistarini passaram pela Santa Casa. O poeta, autor do hino de Resende, morreu na instituição, em 1918. 

Fachada anos 80 e Fachadas da Entrada Praça Clemente Ferreira

Em 1927, a congregação conhecida como Servas de Maria chega à Santa Casa. Na época, o hospital vinha sofrendo com dificuldades financeiras e a Diocese de Barra do Piraí, responsável por Resende, solicitou a ajuda das religiosas que já haviam administrado outras Santas Casas. Elas ficaram à frente do hospital até 1992. O ex-diretor do Arquivo Municipal de Resende, o saudoso Claudionor Rosa, enfatizava que o principal legado da Santa Casa pode ser visto hoje, com a recuperação do prédio e a melhoria no atendimento. Assim, a instituição valoriza o passado e o recupera o propósito inicial de ajudar quem precisa. 

Fachadas dos  anos 80, 2015 e 2017.

Fontes: 

Barcellos, Marcos Cotrim (2010). A Santa Casa da Misericórdia de Resende – Religiosidade e Política na Paraíba Nova (1801-1848). Revista Fronteiras, 12(21), p. 69-82. Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS.

http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/FRONTEIRAS/article/view/597

Bento, Cláudio Moreira (1992). A Saga da Santa Casa de Misericórdia de Resende (1835-1992). Senai. 

http://www.ahimtb.org.br/Resende-RJ-A%20Saga%20da%20Santa%20Casa%20da%20Miseric%C3%B3rdia%20%20N.S%20da%20Piedade.pdf

Monteiro, Yara Nogueira (2010). História da Saúde – Olhares e Veredas. São Paulo: Instituto de Saúde. 

http://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-de-saude/homepage/outras-publicacoes/miolo-hist_saude.pdf